terça-feira, 3 de maio de 2011

Tertúlia de Abril "A Mulher Ontem e Hoje"










No passado dia 27 de Abril, teve lugar a 33ª. Tertúlia organizada por Carlos Moura, desta vez estiveram presentes 82 tertulianos, a organização agradeceu à imprensa local o apoio dado a esta iniciativa bem como ao Município de Odivelas.
No período antes do inicio da Tertúlia foram divulgadas informações sobre a viagem do próximo 7 do corrente, através da qual 51 tertulianos vão-se deslocar à Cidade de Tomar para participarem no Congresso da Sopa, no programa está, também, incluído uma visita guiada ao Convento de Cristo, por técnicos do turismo previamente contratados.
A convidada de Carlos Moura, Dra Angélica dos Santos, para a Tertúlia “A Mulher Ontem e Hoje”, começou a sua palestra por nos falar sobre o mundo em torno da mulher, subordinada desde os primórdios da humanidade e que hoje assume um papel de relevo em todos os sectores da sociedade.






Na era da industrialização, a mulher começa a sair de casa para trabalhar basicamente nas áreas agrícolas e fabris.
Entretanto, surgem as primeiras reivindicações, a mulher começa a conquistar o mercado de trabalho ocupando posições normalmente pertencentes aos homens.
Na política, por exemplo, temos a Presidente do Brasil, a Presidente da Irlanda, a Chanceler Ângela Merckel. Já nos anos 70, constatámos o papel preponderante desempenhado por Margaret Thatcher.
Na sociedade de consumo, a mulher sempre foi usada no meio publicitário que lhe apresenta modelos de electrodomésticos cada vez mais rápidos e sofisticados visando facilitar as “tarefas de casa”;
Por outro lado, as mulheres são “mostradas” ao mundo como destinadas à educação dos filhos e ao cuidar do lar.






A experiência da convidada de Carlos Moura levou-a a dizer que durante 20 anos se manteve como “dona-de-casa” totalmente dedicada aos filhos e ao bem estar da família. Só a partir dos 45 anos entrou no mundo do trabalho fora, tendo colaborado com vários departamentos estatais e diversos institutos os quais lhe proporcionaram grande enriquecimento cultural e humano.




A Dra Angélica Santos disse também que ainda há homens que não concordam que as mulheres se realizem profissionalmente.






A mulher continua a ser utilizada para fazer publicidade ainda que os produtos sejam, em princípio, mais dirigidos ao consumo pelo homem : vinhos e cigarros.
A Mulher debate-se muitas vezes com enormes problemas (gravidez na adolescência, falta de emprego, abandono familiar) que a levam a “vender o corpo”, o seu lado obscuro que o homem aproveita.

No espaço reservado à colocação de questões à palestrante, por parte dos presentes, foram os homens que mais intervieram, são exemplos de Horácio Oliveira que a certa altura disse:

“Como sempre gostei de apreciar os comportamentos humanos, na década dos anos quarenta, comecei a verificar como o homem tinha atitudes de autoridade, consoante as funções que desempenhava na sociedade. Assim, quanto maior fosso o seu cargo, sentia-se mais importante tomando posições de autoridade perante os que o rodeavam. Em casa, a mulher fazia todos os trabalhos domésticos e obedecia-lhe sem contrariedades.
Porém, esta situação foi sendo alterada, a mulher começou a trabalhar fora de casa, passou a preparar-se e na década de sessenta, já exercia muitas funções paralelas às do homem.
Hoje, gosto muito de ver a mulher com cargos de chefia e até de autoridade policial e militar, desfazendo assim, aquele autoritarismo que em tempos idos era exclusivo do homem. Podemos hoje ter uma realização comum nos trabalhos e uma ajuda mútua sem barreiras, com ligação muito sincera perante a vida”;
Depois seguiu-se o Dr. Amilcar das Neves que nos deixou o seguinte testemunho:
“No sentido de clarificar a origem da "emancipação social" da mulher, gostaria de deixar a minha reflexão no determinismo social que as duas Grandes Guerras constituíram. Enviados os homens para os campos de batalha as mulheres foram forçadas a desdobrar-se em dois planos distintos: o primeiro, desempenhando tarefas profissionais anteriormente só exercidas por homens. Em segundo, como retaguarda do esforço de guerra quer na construção de equipamentos bélicos, preparação de alimentos enlatados, fardamentos e toda uma panóplia de outras pequenas tarefas que, aparentemente insignificantes, contribuíram para o sucesso militar. Terminadas as guerras, com milhões de mortos civis e militares, muitas mulheres mantiveram as suas "novas profissões" por falta de mão-de-obra masculina. Esta alteração do costume é a mola impulsionadora que projecta a mulher para uma sociedade em disputa directa com o homem”;
E por fim a Lídia Dias confirmou-nos que realmente é muito difícil ser mulher, criar filhos praticamente não se põe pois esse papel está reservado aos avós.

A sessão de poesia foi preenchida com a colaboração da Margarida Moura, Fátima Dias, Aline Rocha, Jaime Guerreiro, António Silva e Conceição Santos.









Esta Tertúlia contou ainda com a presença da Inês Matias, residente na Suíça e que veio a Portugal para visitar a Margarida Moura e ajudar a equipa das Tertúlias na recepção aos nossos convidados.
Ainda houve lugar ao habitual sorteio de livros, desta vez com ofertas da Ana Costa, de Carlos Moura e convites para dois espectáculos ofertados pelo Centro Cultural da Malaposta;
A próxima Tertúlia terá lugar no próximo dia 25 de Maio, será Convidada/Palestrante a Dra Sandra Pereira, vereadora do Município de Odivelas – Pelouro da Saúde - o tema estará centrado no tema “Cuida bem do seu Coração”?.

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