O último encontro, antes das férias de verão, realizou-se no dia 25 de Junho de 2008, foi Palestrante a Dra Eduarda Barros, professora e vereadora da Câmara Municipal de Odivelas, com o pelouro da Acção Social.
Em presença de uma plateia de cerca de cinquenta Tertulianos, a Dra Eduarda Barros começou a Tertúlia por nos transmitir a ideia de que os voluntários estiveram sempre presentes nas sociedades ao longo dos tempos e a sua acção revestiu várias expressões, predominantemente, de cariz caritativo, exercido de forma isolada e esporádica e ditada a maioria das vezes, por razões familiares, de amizade e boa vizinhança. Assim, a sua actuação era entendida como um modo de colmatar a insuficiência dos apoios familiares e institucionais.
Na sociedade actual reconhece-se que o voluntariado tem um espaço próprio de acção, cujo campo se situa numa linha de complementaridade do trabalho profissional e da esfera de actuação das instituições. Trabalho esse que as organizações internacionais e governos nacionais prestam cada vez mais atenção, conscientes que os voluntários constituem um dos mais valiosos recursos activos de um dado país, apontam-se alguns exemplos mais relevantes:
Na sociedade actual reconhece-se que o voluntariado tem um espaço próprio de acção, cujo campo se situa numa linha de complementaridade do trabalho profissional e da esfera de actuação das instituições. Trabalho esse que as organizações internacionais e governos nacionais prestam cada vez mais atenção, conscientes que os voluntários constituem um dos mais valiosos recursos activos de um dado país, apontam-se alguns exemplos mais relevantes:
Nações Unidas
“Entende-se por Voluntariado acção empreendida de livre vontade, sem remuneração e em benefício de terceiros.
- Os voluntários constituem uma imensa reserva de competências, energias e saberes locais, podendo apoiar os governos na execução de políticas e programas públicos melhor orientados para as necessidades específicas, mais transparentes, eficientes e participados. (…)
39ª Sessão da Comissão de Desenvolvimento Social, 2001
(Relatório do Secretário-geral do Conselho Económico e Social)
Conselho da Europa
(…) O Voluntariados é um acto de aprendizagem, de partilha e de solidariedade, que permite aos jovens e aos menos jovens a aquisição de experiência de vida, de espírito cívico, de competências profissionais e de transmissão de conhecimentos.
Aumenta a empregabilidade dos voluntários desempregados e ajuda a manter as pessoas idosas activas. A actividade voluntária representa uma proporção importante do produto interno bruto em muitos países. Dá resposta à mudança social, às novas necessidades e ao sofrimento do homem”.
Recondação1496 (2001) Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa
União Europeia
“A União Europeia sublinha a importância de se considerar a actividade voluntária como uma componente valiosa do desenvolvimento social. O Voluntariado é uma expressão relevante da participação da sociedade civil. Em parceria com os governos e o sector privado, os actores voluntários constituem um reforço para o desenvolvimento social, a erradicação da pobreza, a integração social e o “empowerment” das pessoas vulneráveis”.
Declaração da Presidência Sueca, em nome dos Estados Membros da UE, 39ª Sessão da Comissão de Desenvolvimento Social das Nações Unidas, 2001
Portugal – Lei nº 71/98, de 03 de Novembro
“Voluntariado – “conjunto de acções de interesse social e comunitárias realizadas de forma desinteressada por pessoas, no âmbito de projectos, programas e outras formas de intervenção aos serviço dos indivíduos, das famílias e da comunidade desenvolvidas sem fins lucrativos por entidades públicas e privadas.” (Art.2.º)
“Voluntariado – “conjunto de acções de interesse social e comunitárias realizadas de forma desinteressada por pessoas, no âmbito de projectos, programas e outras formas de intervenção aos serviço dos indivíduos, das famílias e da comunidade desenvolvidas sem fins lucrativos por entidades públicas e privadas.” (Art.2.º)
Aproveitámos a ocasião para, também, convidar o Actor Manuel Coelho, Director da Malaposta que nos apresentou um poema da autoria do Badaró, denominado “Homem Zero”, que nos retrata um homem rico que os infortúnios da vida acabam por o atirar para o lixo, como tantos que existem na nossa Sociedade.
A actuação do Actor Manuel Coelho começou quando ele saiu de um Contentor do Lixo, gentilmente cedido à nossa Organização pelo SMAS de Loures. Esta surpresa deixou todos os presentes muito agradados, e fechou a nossa Tertúlia com "Chave de Ouro".
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O HOMEM ZERO
Olá, classe média
Os da "alta" estão definidos.
Os da "baixa", também.
E nós. ..?
E eu...? E tu?
O problema é: Quem sou eu? Quem és tu?
Não fui parido, cai.
Nascido da Distracção e da Pressa,
não sou um ser: sou a margem de erro "-
da Pílula.
Se segundo as estatísticas cada família
que desponta para o nada.
Tal como tu, Homem Zero!
Tal como tu que vieste do nada e vives no nada.
Se todos nasceram de Adão e Eva
eu, parece, nasci de Adão e Adão
Sou o Buraco Negro,
sou o risco que as companhias de seguros não cobrem.
No parágrafo que é a vida,
não, Homem Zero, somos a vírgula,
não o ponto.
Somos filhos da interrogação,
não da exclamação. ",
Aliás, bem vistos os sinais
a interrogação é uma exclamação grávida...
com um pontinho lá em baixo: Eu!
A que sociedade pertencemos?
Sociedade capitalista por morarmos na capital?
ou Sociedade comunista porque somos tipos comuns?
Sociedade anónima porque ninguém se assume?
Sociedade de recreio? Sociedade secreta?
Sociedade sem classes?
Lendo as colunas sociais
dos jornais
Eu vejo que a nossa sociedade
não tem o mínimo de classe.
Escuta, Homem Zero
eu também sou homem zero.
Quando pequeno eu atendia por Passssssst!
Em rapaz era o”Como é mesmo o nome dele
Hoje sem direito a Número do Contribuinte
Tanto mais tanto, tanto; noves fora nada!
nós somos o NADA!
somos o resto Homem zero.
O detrito da conta,
o que sobra do bom almoço.
Somos o cogumelo que sobra...
Aquele cogumelo da explosão atómica
Matematicamente certo
Cuja conta é fácil de fazer
Míssil mais míssil
Igual a NADA!
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