O envelhecimento activo foi o tema da Tertúlia “Conversas com Princípio e Fim”, ocorrida no passado dia 26 de Novembro de 2008, no Centro de Exposições de Odivelas, perante uma plateia de 58 Tertulianos, foi Palestrante convidada a Dra. Ana Filipa Dâmaso, coordenadora do Centro de Dia da Junta de Freguesia de Odivelas. É também investigadora na área da gerontologia desafiou os participantes a tornarem-se mais activos, incorporando no ciclo de vida a máxima dualista “estudar, trabalha”, combatendo o trinómio “estudar, trabalhar e descansar”.
"Fazemos isto toda a vida e é importante que construamos um projecto de vida pós reforma. Eu tenho 26 anos e já penso na minha reforma, em que posso fazer imensas coisas", disse Ana Filipa Dâmaso.
Promover e reforçar as solidariedades inter e intra geracionais, a educação tecnológica e digital, o voluntariado e a participação activa na sociedade foram alguns dos pontos de exposição. “Envelhecer como projecto não é ser, mas estar, e continua a ser uma arte que quero aprender toda a vida", disse.
"Fazemos isto toda a vida e é importante que construamos um projecto de vida pós reforma. Eu tenho 26 anos e já penso na minha reforma, em que posso fazer imensas coisas", disse Ana Filipa Dâmaso.
Promover e reforçar as solidariedades inter e intra geracionais, a educação tecnológica e digital, o voluntariado e a participação activa na sociedade foram alguns dos pontos de exposição. “Envelhecer como projecto não é ser, mas estar, e continua a ser uma arte que quero aprender toda a vida", disse.
Ana Filipa Dâmaso chamou ainda a atenção para a necessidade de criar políticas de envelhecimento que acompanhem a cada vez maior esperança de vida da população que aumenta, por isso, as situações de dependência. As pensões sociais, os Cuidados Continuados e Paliativos, os Serviços de Apoio Domiciliário foram algumas propostas apresentadas.
A tarde cultural terminou com uma poesia recitada por Ana Paula Nunes da autoria de Pablo Neruda, o qual devido ao seu interesse, é transcrito, seguidamente, na íntegra:
A tarde cultural terminou com uma poesia recitada por Ana Paula Nunes da autoria de Pablo Neruda, o qual devido ao seu interesse, é transcrito, seguidamente, na íntegra:
MORRE LENTAMENTE
Morre lentamente quem não viaja,
Quem não lê, quem não houve música,
Quem destrói o seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
Quem não mudas as marcas no supermercado,
Não arrisca vestir uma cor nova,
Não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão,
Quem prefere o “preto no branco” e os “pontos nos is”,
A um turbilhão de emoções indomáveis,
Justamente as resgatam brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
Quem não permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias, queixando-se da má sorte,
Ou da chuva incessante, desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
Não perguntando sobre um assunto que desconhece,
E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo,
Exige um esforço muito maior do que o simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!
Pablo Neruda (In Folha da Ala Sul)
17/11/2008
Quem não lê, quem não houve música,
Quem destrói o seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
Quem não mudas as marcas no supermercado,
Não arrisca vestir uma cor nova,
Não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão,
Quem prefere o “preto no branco” e os “pontos nos is”,
A um turbilhão de emoções indomáveis,
Justamente as resgatam brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
Quem não permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias, queixando-se da má sorte,
Ou da chuva incessante, desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
Não perguntando sobre um assunto que desconhece,
E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo,
Exige um esforço muito maior do que o simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!
Pablo Neruda (In Folha da Ala Sul)
17/11/2008
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