segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Tertúlia "Globalização....Que Caminhos?"



Apesar de um dia invernoso, realizou-se no passado dia 26 de Outubro, nas instalações da Sociedade Musical Odivelense, a 37ª. Tertúlia das “Conversas com Princípio e Fim”, estiveram presentes 50 tertulianos.
o tema “Globalização….Que Caminhos?”, teve como convidada de Carlos Moura, mentor destes encontros mensais, a Dra Susana Amador, Presidente do Município de Odivelas.
a qual iniciou a sua excelente palestra, consubstanciada numa série de diapositivos, explicando-nos que:
a “globalização é um processo de integração social, política e económica entre os países e as pessoas do mundo todo, onde os governos e as empresas trocam informação;
A integração mundial decorrente do processo de globalização ocorreu em razão de dois factores: as inovações tecnológicas e o incremento no fluxo comercial mundial.
As inovações tecnológicas permitiram a difusão de informação em larga escala entre as empresas e instituições financeiras, ligando os mercados do mundo.
A globalização é a fase mais avançada do capitalismo.”
A Dra Susana Amador continuou a sua palestra dizendo-nos que “ num mundo globalizado existe, nomeadamente:

- Crescimento do número de migrações;
- O maior uso de novas tecnologias;
- Desenvolvimento das empresas multinacionais;
- Um maior fluxo de capitais pelo planeta;
- Uma maior integração cultural entre as sociedades”
Sobre os caminhos da globalização, a convidada de Carlos Moura deixou as seguintes indicações:
Neste início de milénio, as oligarquias capitalistas transcontinentais reinam no universo. A sua prática quotidiana e o seu discurso de legitimação são radicalmente contrários aos interesses da imensa maioria dos habitantes da Terra.
A globalização efectua a fusão progressiva e forçada das economias nacionais num mercado capitalista mundial e num ciberespaço unificado. Este processo provoca um formidável crescimento das forças produtivas. Riquezas imensas são criadas a todo o instante.
Em pouco menos que uma década, o produto mundial bruto duplicou, e o volume do comércio mundial foi multiplicado por três.
Quanto ao consumo de energia, este duplica em média todos os quatro anos.

Pela primeira vez na história, a humanidade goza de uma abundância de bens.
É preciso ter em atenção que “os bens disponíveis ultrapassam em vários milhares de vezes as necessidades compressíveis dos seres humanos”;
E agora caro leitor atente nestes números:

Cerca de 100 000 pessoas morrem diariamente de fome e das consequências imediatas da fome;
826 milhões de pessoas estão, hoje em dia, crónica e gravemente subalimentadas;
34 milhões delas vivem nos países economicamente desenvolvidos do Norte;
O maior número, 515 milhões, vive na Ásia, onde representa 24 por cento da população total.
A maior parte deles sofre daquilo a que a FAO chama «fome extrema».
Os países mais gravemente atingidos pela fome extrema estão situados na África Subsariana (dezoito países), nas Caraíbas (Haiti) e na Ásia (Afeganistão, Bangladesh, Coreia do Norte e Mongólia).
E todos os sete segundos, na Terra, uma criança abaixo dos 10 anos morre de fome.
Quanto aos objectivos para o milénio2000-2015, a Dra Susana Amador informou os tertulianos, enumerando os seguintes:
“Erradicar a pobreza extrema e a fome, alcançar o ensino primário universal, promover a igualdade de género e a autonomização da mulher, reduzir a mortalidade de crianças. melhorar a saúde materna, combater o VIH/SIDA, a malária e outras doenças, garantir a sustentabilidade ambiental, criar uma parceria global para o desenvolvimento”.
Já na parte final da sua excelente palestra, a Dra Susana Amador, disse que “a globalização em si não é uma loucura. Ela enriqueceu o mundo científica e culturalmente e além disso beneficiou muitos povos em termos económicos.
O sofrimento dos pobres em todo o mundo não pode ser revertido enquanto se impedir que eles desfrutem das grandes vantagens da tecnologia contemporânea, da eficiência conhecida do comércio e intercâmbio internacional e dos méritos sociais e relacionados a uma vida em sociedades abertas, de preferência a fechadas.
O que é preciso é uma distribuição mais equitativa dos frutos da globalização.”
Amartya au Sen, Prémio Nobel da Economia –
“10 Teses sobre a globalização”.
“É necessária uma globalização diferente, com uma regulação internacional dos mercados financeiros, que combata movimentos de capitais puramente especulativos, bem como a fraude e a fuga fiscal e que, lado a lado, com a globalização económica avance com a globalização social, uma globalização com dimensão humana. Há que combater o desemprego e promover o trabalho decente, com aumento dos níveis de educação e formação e com protecção social, recusando a precariedade e a desregulação do mercado de trabalho. Os serviços públicos têm aqui papel fundamental na regulação e na coesão económica e social”. A globalização é também capaz de criar uma CONSCIÊNCIA POLÍTICA GLOBAL, mobilizadora dos povos contra as injustiças e as desigualdades.
A Dra Susana Amador terminou a sua intervenção deixando-nos a seguinte mensagem “É urgente que os cidadãos forcem a colocação na agenda política da URGÊNCIA DE AGIR”;
No tempo destinado à colocação de questões, Carlos Moura leu uma notícia publicada no jornal “Diário de Notícias” através da qual o leitor é informado que no Algarve se estava a levar laranjas para Espanha e que depois entravam em Portugal com o nome de “zumo de naranja”, infelizmente é um “mau exemplo de globalização”, denotando que os produtores daquele produto têm que, urgentemente, se organizar;
Sobre a globalização/segurança industrial, foi também referido que a comunicação entre os produtores e consumidores é, hoje em dia, um factor de grande segurança, isto porque quando é detectado algum defeito num determinado produto, o fabricante não hesita em revelar e pedir que o mesmo seja recolhido e substituído;
Creio que ficaram, por colocar, mais questões mas o tempo disponível estava a esgotar-se, mas ainda houve tempo para a habitual rubrica “Hoje sou eu o Poeta” a qual foi preenchida com a intervenção de António Silva que nos trouxe um bonito poema relacionado com a Laidy Dy, a Tertúlia terminou com o habitual sorteio de livros e de bilhetes para o concerto dos Xutos e Pontapés, estes ofertados pela Dra. Susana Amador.
No próximo mês de Novembro dia 30, o tema em análise será: “Administração, Gestão e Seguro de Condomínios”, são Convidados/Palestrantes o Dr. José Pimenta e Dra Ana Paula Madeira, excepcionalmente a Tertúlia terá o seu início às 16,30 Horas, compareça, colabore e, na altura apropriada, coloque as suas questões/dúvidas, seja participativo. É de notar que parte deste texto está consubstanciado em elementos facultados pela Dra Susana Amador a qual a organização das Tertúlias muito agradece.
Do ponto de vista social, salientamos que o Gabinete de Coesão e Inovação inaugurou, recentemente, uma loja social na qual os Odivelenses podem proceder à entrega de diversos bens, nomeadamente, têxteis/vestuário, brinquedos, e equipamento infantil, para informações contacte: 21 932 09 60;
No próximo dia 9 de Novembro no Centro Comunitário e Paroquial da Ramada haverá um WorkShop denominado “Educação Financeira”, sendo convidada a Dra Natália Cadilha.

1 comentário:

Patricia Benítez Márquez disse...

Olá Carlos,

Já há muito tempo que não passava por aqui.
Tive pena de não ter estado presente nesta Tertúlia, na qual foram aboradados temas muito interessantes.
Mais uma vez estás de parabéns!!
Um abraço.
Patricia